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O presente artigo busca trazer à tona a reflexão sobre a importância do aprofundamento da discussão sobre tecnologia social na região Amazônica. Considerando a complexa realidade de relação entre diferentes culturas, conhecimentos e modos de vida, defende-se aqui que a perspectiva democrática e popular que baseia o campo dessa tecnologia seja cada vez mais difundida nas práticas de construção de alternativas tecnológicas nessa região, sobretudo no trabalho com povos tradicionais. Nesse contexto, apresentamos a experiência do manejo participativo do pirarucu (Arapaima gigas), que é fruto de uma ação coletiva dialógica no processo de gestão dos recursos naturais, envolvendo as populações ribeirinhas e suas ações para proteção dos lagos. Iniciamos apresentando o conceito de tecnologia social, cada vez mais difundido no País, e as trajetórias que o foram consolidando no campo acadêmico e extensionista. Em seguida, identificamos as correntes que vêm tratando desse tema na Amazônia e os desafios que possuem. Em seguida, contextualizamos o processo histórico do desenvolvimento da pesca na região Amazônica e o surgimento da proposta dos manejos participativos comunitários, a partir de experiências reais que conformaram normas legais de funcionamento. O manejo participativo dos recursos pesqueiros só foi possível graças à organização das populações ribeirinhas pelo bem comum, o que promoveu o fortalecimento das comunidades, o surgimento de lideranças e melhorias no sistema de manejo, com destaque para as experiências com o pirarucu. Por fim, fazemos algumas reflexões sobre a relevância dessa experiência, que pode ser identificada como uma das principais políticas públicas de implantação de tecnologia social na região Amazônica.

Esta pesquisa exploratória tem o intuito abordar a questão da participação das mulheres nas atividades de produção e reprodução social associadas à pesca artesanal realizada na comunidade do Canto de Itaipu, Niterói, Rio de Janeiro. A pesquisa foi realizada com base em levantamento bibliográfico, observações de campo e em entrevistas semiestruturadas. Nosso objetivo central consistiu na busca por referencias que pudessem nortear a construção de uma linha de pesquisa e de extensão sobre gênero nos trabalhos desenvolvidos pelo Programa de Pesquisa-Ação na Cadeia Produtiva da Pesca Artesanal (PAPESCA) no Canto de Itaipu. Notamos que apesar de terem crescido as pesquisas sobre gênero na pesca artesanal na última década, o mesmo não pode ser constatado para o caso do Canto de Itaipu. Com base nos resultados é possível estabelecer direções para a realização de uma pesquisa-ação que busque ampliar o conhecimento e fortalecer a participação das mulheres na organização social do Canto de Itaipu.